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Avião soviético e lápides de judeus mortos na Segunda Guerra achados em rio na Polônia


Com seca que assola o país, um bombardeiro de combate e túmulos surgem no leito do Vístula
Enquanto os níveis dos rios na Polônia caem vertiginosamente, em meio a uma seca prolongada, lápides judaicas e um avião de combate soviético com os restos de seus pilotos emergem às margens de um rio, evidenciando o horror que o país viveu no século XX.
Os achados apareceram depois que fragmentos de pedras da Ponte Poniatowski, do início do século XX, também emergiram à beira do rio Vístula, em Varsóvia, que os alemães explodiram em 1944 quando reprimiram a revolta de Varsóvia. A ponte foi reconstruída após a Segunda Guerra Mundial.
— O rio Vístula esconde segredos infinitos. Eles estão em toda parte — disse à Associated Press Jonny Daniels, o chefe da fundação judaica From the Depths, que, na terça-feira, apanhou em uma área rasa do rio Vístula fragmentos de pedras com inscrições em hebraico.
As autoridades locais sabiam que restos arqueológicos estavam escondidos sob as águas turbulentas e turvas do rio Vístula e de seus afluentes, mas era impossível realizar pesquisas neles até agora. O Vístula, que percorre 1.047 quilômetros, das Montanhas Beskidy até o Mar Báltico, está agora em seu nível mais baixo já registrado desde que as medições começaram, no final do século XVIII.

Fundo falso de caneca achada em Auschwitz revela truque para enganar nazistas


Uma família conseguiu enganar os nazistas há mais de 70 anos, de acordo com um achado de funcionários do Museu de Auschwitz, na Polônia.
No começo deste mês, foi anunciada a descoberta de um fundo falso em uma caneca, que escondia um brinco e um colar. Provavelmente, uma artimanha para enganar os nazistas e evitar que levassem o pertence de algum dos prisioneiros do campo de concentração da Segunda Guerra Mundial.
Testes nas joias revelaram ouro 583, usado na Polônia, entre 1921 e 1931. Representantes do museu acreditam que não será possível identificar o dono das joias, pois não há nenhuma marca de identificação. O museu possui mais de 12 mil peças na coleção de artigos de cozinha, que inclui copos, potes, tigelas, chaleiras, jarras e louça.
Não é a primeira vez que objetos de valor são revelados tanto tempo depois em meio a achados de vítimas do Holocausto, de acordo com funcionários do museu. O fato indica que esses itens representavam uma esperança para esses prisioneiros, que viam neles um sinal para a sua sobrevivência.
Estima-se que em Auschwitz-Birkenau morreram 1,1 milhão de pessoas durante o Holocausto, a maior parte eram judeus, mas havia também poloneses, ciganos, ucranianos, franceses e soviéticos.

A invenção do Oriente Médio



Israelenses lutam contra palestinos. Xiitas se opõem a sunitas. Radicais muçulmanos organizam ataques terroristas. Para entender o maior barril de pólvora do mundo, é preciso conhecer a história do local
Em 7 de outubro de 2001, menos de um mês após os ataques terroristas aos Estados Unidos, a rede de TV árabe  transmitiu um vídeo de Osama bin Laden. Nele, o chefe da rede Al Qaeda falava da “humilhação” que o Islã havia sofrido durante “mais de 80 anos”. O líder radical referia-se ao fato de, em 1918, o Império Turco-Otomano – a última grande potência muçulmana – ter sido derrotado pelos europeus. Sua capital Constantinopla foi tomada e a maior parte das terras, conquistadas por Maomé a partir do século 7, divididas em territórios com fronteiras novas e nomes inspirados em regiões da Antiguidade cujos limites não correspondiam ao novo traçado. Dois deles, chamados de Iraque e Palestina (hoje Israel, Jordânia e Cisjordânia), ficaram sob domínio britânico. Já o terceiro, que recebeu o nome de Síria (atuais Síria e Líbano), coube aos franceses. Pior: quatro anos depois, o califado, símbolo da unidade política do Islã por 13 séculos, cedia lugar a estados-nações com leis e costumes importados do Ocidente.
Bin Laden não é o único que usou os ressentimentos do passado para justificar ações presentes. No Oriente Médio, batalhas e heróis de séculos (ou milênios) atrás continuam reverberando no discurso dos líderes atuais para mobilizar as massas. Judeus até hoje celebram a conquista de Jerusalém por Davi, há 3 mil anos, e a unificação do antigo reino de Israel. Hassan Nassralah, chefe do Hezbollah, gosta de se comparar ao líder curdo Saladino, que em 1187 liderou a vitória dos muçulmanos sobre os cruzados na Terra Santa. O dirigente iraquiano Saddam Hussein dizia-se herdeiro do rei babilônico Nabucodonosor e de Saladino – embora Saddam tenha matado milhares de curdos nos anos 80.
Bin Laden não é o único que usou os ressentimentos do passado para justificar ações presentes. No Oriente Médio, batalhas e heróis de séculos (ou milênios) atrás continuam reverberando no discurso dos líderes atuais para mobilizar as massas. Judeus até hoje celebram a conquista de Jerusalém por Davi, há 3 mil anos, e a unificação do antigo reino de Israel. Hassan Nassralah, chefe do Hezbollah, gosta de se comparar ao líder curdo Saladino, que em 1187 liderou a vitória dos muçulmanos sobre os cruzados na Terra Santa. O dirigente iraquiano Saddam Hussein dizia-se herdeiro do rei babilônico Nabucodonosor e de Saladino – embora Saddam tenha matado milhares de curdos nos anos 80.
A simbologia do passado é tão forte no Oriente Médio que as disputas nacionais acabam assumindo caráter religioso. Foi assim com o conflito entre israelenses e palestinos, que começou no início do século 20 como uma luta por terras e acabou atraindo radicais religiosos dos dois lados. É assim no Iraque, onde milícias armadas revivem hoje o conflito instaurado pelo cisma entre sunitas e xiitas nos primórdios do Islã.
É fato que os interesses petroleiros também ajudam a explicar as tensões no Oriente Médio. Mas a região só se tornou um dos pontos mais inflamáveis do mundo graças à constante mescla entre religião e política, entre passado e presente. Portanto, para entender o que ocorre lá hoje, é preciso voltar no tempo. Pelo menos 5 mil anos atrás.

Primeiros habitantes
O mapa do Oriente Médio que vemos hoje é apenas o mais recente capítulo de uma longa saga. Desde 3 mil a.C., essa faixa de terra na encruzilhada da Europa, Ásia e África foi dominada – em maior ou menor escala – por diversos reinos e impérios, em conquistas não-lineares. Entre eles, os egípcios (a partir de 2500 a.C.), hititas (por volta de 1500 a.C.), israelitas (século 10 a.C.), assírios (século 8 a.C.), babilônios (século 7 a.C.), persas (século 6 a.C.), macedônios (século 4 a.C.), romanos (século 1), bizantinos (século 5), sassânidas e califado islâmico (século 7), seljúcidas, cruzados e muçulmanos liderados por Saladino (século 12), império mongol (século 13), império otomano (século 16) e potências ocidentais, no início do século 20.

Período Colonial Brasileiro








Video Aula

Potsdam: o encontro que dividiu o mundo

Era a primeira vez que o primeiro-ministro britânico Winston Churchill, o presidente americano Harry Truman e o general soviético Josef Stálin se reuniam depois da derrota alemã, em 8 de maio de 1945. O lugar escolhido: o magnífico Castelo de Cecilienhof, construído em 1917 e composto de 176 aposentos, nos arredores de Berlim. Em sua sala de conferência, no andar térreo, os chefes de estado discutiram o destino da humanidade entre 17 de julho e 2 de agosto. Afinal, terminada a guerra na Europa, os Três Grandes deveriam esboçar o projeto da nova ordem mundial e decidir quais seriam as fronteiras do capitalismo e do comunismo no continente europeu.
A agenda da reunião era conhecida dos Aliados havia pelo menos dois anos. As pautas foram as mesmas que ocuparam os líderes dos três países nas conferências de Teerã (dezembro de 1943) e Ialta (fevereiro de 1945): as indenizações alemãs aos países que enfrentaram Hitler, o controle político da Polônia, bem como a definição de suas fronteiras e a partilha da Alemanha.
Mas em Potsdam circunstâncias diferentes deram um novo significado a velhas discussões. “A Segunda Guerra Mundial era o fator que ligava a União Soviética, os Estados Unidos e a Grã-Bretanha contra um inimigo comum. Com o fim da guerra na Europa, as divergências entre as grandes potências se tornaram cada vez mais claras”, explica Geir Lundestad, professor de história contemporânea da Universidade de Oslo, na Suécia. O nazismo passava para o segundo plano, e cada tema a ser discutido era apenas um pretexto para deter o avanço do capitalismo ou do comunismo. O resultado: as novas fronteiras formalizadas em Potsdam abriram caminho para a Guerra Fria.

Alemã de 91 anos é acusada de ser cúmplice da morte de 260 mil pessoas na Segunda Guerra

 Promotores alegam que ela era funcionária da polícia nazista no campo de extermínio de Aschwitz, na Polônia.

Promotores do estado de Schleswig-Holstein, na Alemanha, denunciaram formalmente uma mulher de 91 anos de ser cúmplice de 260 mil assassinatos. Eles alegam que era uma integrante da SS (polícia nazista) que trabalhava no campo de extermínio de Auschwitz, na Polônia.
Segundo o porta-voz da promotoria, Heinz Doellel, a acusada, cujo nome não foi divulgado, foi supostamente uma operadora de rádio do comandante do campo entre abril e julho de 1944. Para os procuradores, ela é culpada por ajudar no funcionamento do local.
Um ex-funcionário da SS de 94 anos foi condenado pela mesma razão no começo deste ano. De acordo com Doellel, não há nenhum indício de que a idosa não tem condições de ser julgada, mas é provável que um possível julgamento só comece até o ano que vem.

Fonte:
http://oglobo.globo.com/sociedade/historia/alema-de-91-anos-acusada-de-ser-cumplice-da-morte-de-260-mil-pessoas-na-segunda-guerra-17563356#ixzz3mTCcOijT

Ex-guarda da SS de 94 anos julgado na Alemanha pode ser o último nazista no banco dos réus?



O antigo guarda de Auschwitz, Reinhold Hanning,  foi condenado, nesta sexta-feira, a cinco anos de prisão por ter sido cúmplice no assassinato de pelo menos 170 mil pessoas.
É difícil imaginar que este frágil homem de 94 anos vestia seu uniforme nazista com orgulho, vigiando prisioneiros aterrorizados no campo.
Mas quando, um a um, os hoje idosos sobreviventes de Auschwitz se levantavam e se dirigiam a ele diretamente, essa impressão mudava. As vozes deles eram firmes, as histórias horríveis. E as imagens e sons que eles descreviam ressoavam por muito tempo depois que eles paravam de falar.
E é para isso mesmo que serve este tipo de julgamento.



                                                   O caso em detalhes
É claro que o objetivo era estabelecer a culpa ou inocência do réu e estabelecer seu papel no funcionamento do esquema que, sistematicamente, matou milhões de pessoas.
Nos últimos anos, dois outros guardas de campos de extermínio foram condenados por ajudar a facilitar o genocídio. E promotores estão correndo contra o tempo para trazer outras pessoas para o tribunal.
Mas o que ocorre neste momento, além do julgamento de uma só pessoa, é uma tentativa da Alemanha de examinar seu momento mais sombrio em público e registrar oficialmente, talvez pela última vez, o que aconteceu.
Os sobreviventes não podiam provar que Reinhold Hanning estava lá. Mas sua presença no julgamento, suas vozes, são consideradas cruciais.