O antigo guarda de Auschwitz, Reinhold Hanning, foi condenado, nesta sexta-feira, a cinco anos de prisão por ter sido cúmplice no assassinato de pelo menos 170 mil pessoas.
É difícil imaginar que este frágil homem de 94 anos vestia seu uniforme nazista com orgulho, vigiando prisioneiros aterrorizados no campo.
Mas quando, um a um, os hoje idosos sobreviventes de Auschwitz se levantavam e se dirigiam a ele diretamente, essa impressão mudava. As vozes deles eram firmes, as histórias horríveis. E as imagens e sons que eles descreviam ressoavam por muito tempo depois que eles paravam de falar.
E é para isso mesmo que serve este tipo de julgamento.
O caso em detalhes
É claro que o objetivo era estabelecer a culpa ou inocência do réu e estabelecer seu papel no funcionamento do esquema que, sistematicamente, matou milhões de pessoas.
Nos últimos anos, dois outros guardas de campos de extermínio foram condenados por ajudar a facilitar o genocídio. E promotores estão correndo contra o tempo para trazer outras pessoas para o tribunal.
Mas o que ocorre neste momento, além do julgamento de uma só pessoa, é uma tentativa da Alemanha de examinar seu momento mais sombrio em público e registrar oficialmente, talvez pela última vez, o que aconteceu.
Os sobreviventes não podiam provar que Reinhold Hanning estava lá. Mas sua presença no julgamento, suas vozes, são consideradas cruciais.
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