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Potsdam: o encontro que dividiu o mundo

Era a primeira vez que o primeiro-ministro britânico Winston Churchill, o presidente americano Harry Truman e o general soviético Josef Stálin se reuniam depois da derrota alemã, em 8 de maio de 1945. O lugar escolhido: o magnífico Castelo de Cecilienhof, construído em 1917 e composto de 176 aposentos, nos arredores de Berlim. Em sua sala de conferência, no andar térreo, os chefes de estado discutiram o destino da humanidade entre 17 de julho e 2 de agosto. Afinal, terminada a guerra na Europa, os Três Grandes deveriam esboçar o projeto da nova ordem mundial e decidir quais seriam as fronteiras do capitalismo e do comunismo no continente europeu.
A agenda da reunião era conhecida dos Aliados havia pelo menos dois anos. As pautas foram as mesmas que ocuparam os líderes dos três países nas conferências de Teerã (dezembro de 1943) e Ialta (fevereiro de 1945): as indenizações alemãs aos países que enfrentaram Hitler, o controle político da Polônia, bem como a definição de suas fronteiras e a partilha da Alemanha.
Mas em Potsdam circunstâncias diferentes deram um novo significado a velhas discussões. “A Segunda Guerra Mundial era o fator que ligava a União Soviética, os Estados Unidos e a Grã-Bretanha contra um inimigo comum. Com o fim da guerra na Europa, as divergências entre as grandes potências se tornaram cada vez mais claras”, explica Geir Lundestad, professor de história contemporânea da Universidade de Oslo, na Suécia. O nazismo passava para o segundo plano, e cada tema a ser discutido era apenas um pretexto para deter o avanço do capitalismo ou do comunismo. O resultado: as novas fronteiras formalizadas em Potsdam abriram caminho para a Guerra Fria.

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